A crise política que atinge Gravatá tem um ponto de partida inegável: o próprio Executivo. E mais especificamente, a atuação desastrosa da secretária de Governo, Sheila Cartaxo.
Foi ela quem decidiu, em público, confrontar o Legislativo com palavras ofensivas e provocadoras, chamando a Câmara de um “reality show político” e reduzindo o papel dos vereadores a uma caricatura vazia. A fala quebrou qualquer possibilidade de diálogo e consolidou o distanciamento entre os poderes.
Agora, em julho, Cartaxo tenta uma virada de imagem. Aparece em entrevista adotando um tom técnico, suave, institucional, falando em “escuta ativa” e “construção coletiva”. Mas o estrago já está feito, e a tentativa de reposicionamento soa forçada, superficial e, principalmente, ineficaz.
Não há clima para reconstrução. Os vereadores não pediram reconciliação. O que se vê hoje é uma Câmara atuante e firme diante de um Executivo isolado e sem capacidade de articulação política real.
A incoerência do governo, ao oscilar entre o confronto e a conciliação forçada, compromete sua autoridade e desmonta qualquer narrativa de liderança. O resultado é um Executivo acuado, desacreditado e operando à margem da institucionalidade.
A tentativa de Sheila Cartaxo de reverter a crise com palavras bonitas não convence e, principalmente, não resolve. O governo perdeu a confiança da Câmara, e isso não se conserta com entrevista.
No fundo, para além da “nova” postura da secretária, a única linguagem que a gestão conhece é a do clientelismo. No seu atraso, pensa que pode resolver os problemas distribuindo migalhas de poder entre os vereadores.
Infelizmente, não consegue alcançar que queremos garantir políticas públicas que atendam efetivamente os interesses da população e libertar a prefeitura desse emaranhado de interesses pessoais e familiares que hoje ditam o seu rumo.
- Ninha Professora (PSB)
Vale ressaltar que em abril deste ano, Sheila Cartaxo, atual secretária de governo, rompeu com PSB, agitando os bastidores políticos de Gravatá.